O presidente Jair Bolsonaro (à esquerda) se mantém avulso a uma filiação partidária, e se depender da cláusula de controle e outras exigências para adentrar a uma legenda, seguirá assim até que expire o prazo estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), março de 2022, inviabilizando sua candidatura à reeleição ou será cooptado por alguma nanica em busca de projeção. Estava tudo certo para Bolsonaro entrar no PL de Valdemar Costa Neto (à direita), mas no domingo (14), ambos se desentenderam e assim, a cerimônia para receber Bolsonaro no partido em 22 de novembro foi cancelada. O pivô foi o pleito do estado de São Paulo.
O presidente tem uma rixa com o governador paulista João Doria (PSDB) e demonstrou ser contrário ao apoio do PL ao vice-governador, Rodrigo Garcia (PSDB), candidato de Doria, na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes. Bolsonaro quer lançar o ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, no estado. Contudo, Costa Neto é avesso a ideia, além de seus acordos com os tucanos, e segundo ele, Freitas não tem raízes em SP, o que faz com que ele seja um ruim candidato, já que o eleitorado paulista é difícil e denso, o maior do país. Além disso, Ele também queria que seu filho 03, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ), comandasse o diretório paulista, vetado pelo cacique.
Por mero preciosismo e falta de pragmatismo, Bolsonaro se desgasta com a ala política e principalmente, com o Centrão, núcleo necessário para a sua governabilidade nesta reta final de seu primeiro mandato. Enquanto o Centrão começa a querer desembarcar de seu governo, conforme aponta a revista Crusoé, sobram os nanicos sem projeção, estrutura e significância para tentar sustentá-lo na campanha à reeleição, enquanto seu principal oponente conta com tudo que lhe falta – algo que os caciques observam.