Em meio à campanha eleitoral, MONEY REPORT promoveu uma série de encontros com os candidatos à presidência. Um deles foi com João Amoêdo, do Partido Novo. Nesta conversa com cerca de 200 empresários, Amoêdo disse à plateia que contrataria presidentes de estatais e muitos ministros através de headhunters e outros mecanismos para criar processos seletivos inéditos no preenchimento dos cargos públicos.
Hoje, vê-se que o candidato não estava blefando. É exatamente o que o governador eleito de Minas Gerais, Romeu Zema, companheiro de sigla de Amoêdo, está fazendo para preencher as vagas de secretários estaduais. Nada de composição política. Acordos de cocheira. Nepotismo. Toma-lá-dá-cá. Apenas a busca pelos melhores e mais competentes nomes, os mais aptos a colaborar com uma administração pública enxuta, honesta e eficaz.
O exemplo de Zema deveria ser seguido por Jair Bolsonaro. O presidente eleito possui uma autoridade moral sem precedentes, mesmo que não tenha sido eleito por uma margem estrondosa. Seu perfil espontâneo e sua cruzada em prol do combate à corrupção são credenciais fortíssimas. O novo governo ganharia muito em credibilidade se adotasse critérios semelhantes de recrutamento, em vez de recorrer à panelinha que o ajudou no início de sua campanha. Evidentemente, essas pessoas têm seu valor e podem ser aproveitadas na administração. Mas seriam elas as melhores opções para cada cargos como a presidência da Petrobras? Talvez não. Essa iniciativa do Partido Novo é o que faltava para entrarmos numa nova era da administração pública – a da profissionalização na gestão do Erário. Se o governo federal seguir o exemplo do Novo vai avançar 40 anos em 4. Ou mais.