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Bolsonaro, ex-ministros e militares depõem à PF

Depoimentos serão feitos de forma simultânea em Brasília e no Rio de Janeiro

Está previsto para esta quinta-feira (22) o depoimento de 14 intimados pela Polícia Federal (PF) no âmbito da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado para anular as eleições presidenciais de 2022. A lista inclui o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quatro ex-ministros de seu governo – Walter Braga Netto (Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Paulo Sério Nogueira (Defesa) e Anderson Torres (Justiça), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos.

Os depoimentos foram marcados para ocorrer de forma simultânea, a partir das 14h30. Onze deles serão em Brasília e três no Rio de Janeiro. Todos os intimados foram alvos da Operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Confira a lista dos intimados pela PF:

  • Jair Bolsonaro: de acordo com a PF, dados comprovam que Bolsonaro analisou e alterou uma minuta de decreto que, tudo indica, embasaria a consumação do golpe de Estado em andamento. Sua defesa negou que ele tenha participado da ação;
  • Walter Braga Netto: o general da reserva teria atuado na incitação contra membros das Forças Armadas que não aderiram à tentativa de golpe;
  • Augusto Heleno: o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) afirmou, em reunião ministerial, que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições” e que era necessário agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”. Também relatou ter discutido um plano para infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em campanhas eleitorais;
  • Anderson Torres: no ano passado, foi encontrada em sua casa a minuta de um decreto que previa uma espécie de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após as eleições;
  • Paulo Sérgio Nogueira: segundo a PF, o ex-ministro da Defesa manipulou o relatório da pasta sobre o sistema eleitoral, postergando a divulgação depois que não foram identificadas vulnerabilidades nas urnas eletrônicas;
  • Almir Garnier Santos: em reunião com Bolsonaro, o então comandante da Marinha teria sido o único chefe de uma força a encampar o plano golpista de manter Bolsonaro no poder. Segundo a PF, ele fazia parte de um núcleo de oficiais que “teria se utilizado da alta patente militar por eles detida para influenciar e incitar o apoio aos demais núcleos de atuação, por meio do endosso de ações e medidas a serem adotadas, para a consumação do golpe de Estado”;
  • Valdemar Costa Neto: o presidente do PL é investigado pelo suposto uso da estrutura do PL para endossar ataques às urnas eletrônicas;
  • Marcelo Costa Câmara: o coronel da reserva é suspeito de ter monitorado de forma ilegal o ministro Alexandre de Moraes;
  • Tércio Arnaud: o ex-assessor de Bolsonaro é apontado como integrante do gabinete do ódio. Teria auxiliado na produção, divulgação e amplificação de notícias falsas sobre o processo eleitoral;
  • Mário Fernandes: general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência. Na reunião ministerial, defendeu uma ação antes da eleição, para evitar uma fraude, mesmo com “um pequeno risco de conturbar o país”;
  • Cleverson Ney Magalhães: coronel da reserva, foi lotado no Comando de Operações Terrestres (Coter), onde atuou como assistente do comandante Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira. Teria participado de uma reunião que teve o objetivo, segundo a PF, de arregimentar membros das Forças Especiais para a tentativa de golpe;
  • Ailton Barros: advogado e ex-major do Exército. Foi preso no caso que apura falsificação de comprovantes de vacinação de Bolsonaro. Teria atuado, segundo a PF, para pressionar militares que não demonstraram apoio à tentativa de golpe;
  • Rafael Martins: o major do Exército atuou na coordenação financeira e operacional de atos antidemocráticos após as eleições de 2022, segundo as investigações;
  • Sergio Cavaliere: o tenente-coronel do Exército teria participado da divulgação de desinformação sobre o processo eleitoral.

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