Em uma reviravolta de posicionamento, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), 65 anos, decidiu aceitar ser vacinado contra a covid-19, aponta a reportagem da Época desta terça-feira (16). Ele vai esperar que o cronograma do Programa Nacional de Imunização (PNI) chegue até sua faixa etária.
Ainda que possa desistir sem maiores explicações, a mudança no discurso é radical, já que o presidente desdenhou e debochou das vacinas, da pandemia e incentivou o uso de medicamentos ineficazes. O ponto alto da “guerra das vacinas” foi entre o ele e o governador paulista, João Doria (PSDB), na qual a confiabilidade, segurança e eficácia da CoronaVac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e o Instituto Butantan, foi colocada em dúvida por questões meramente políticas. Como Bolsonaro foi diagnotiscado com o vírus em 7 de julho, mas não apresentou sintomas graves, mais de uma vez afirmou estar imunizado. Porém, com as novas cepas agora há o risco de reinfecção.
Se a mudança no discurso de Bolsonaro está alinhada com a volta do ex-presidente Lula ao pleito de 2022, vale discutir. Porém, em 13 de março o petista foi imunizado e o assunto foi um dos mais comentados das redes sociais. Outro fator é que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, é um defensor da vacinação em massa.