Ao atingir a simbólica marca de 1 milhão de casos confirmados (1.009.699), o Brasil também pode ter começado a estabilizar o ritmo de contágio da covid-19. As autoridades sanitárias registraram um crescimento de quase 2% dos casos na semana passada, contra 15% no período imediatamente anterior. O crescimento pode ficar em menos de 1% nesta ou na próxima semana. São indícios otimistas quando um em cada 211 brasileiros já foi afetado pelo novo coronavírus, enquanto um em cada 470 estava infectado até ontem, quinta-feira (18). A pandemia atinge 85% dos 4.742 municípios brasileiros, estando próxima de 98% da população
O dado diário de contágio foi divulgado na tarde desta sexta-feira (19), pelo consórcio de veículos de imprensa que monitora a pandemia em paralelo ao Ministério da Saúde. Esse número deve ser confirmado pelo governo federal até amanhã, sábado (20). De acordo com esse levantamento, ocorreram 533 mortes desde às 20 horas de ontem até às 10 horas de hoje, com uma média de 40 óbitos a cada 60 minutos em todo o território nacional. Nestas 14 horas foram confirmados mais 26.017 casos. Os números foram compilados junto às secretarias estaduais de saúde por O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo, G1 e Extra.
Mesmo com um a cada 8 casos no mundo ocorrendo no Brasil, que soma 48.427 mortes, uma olhada na curva de notificações do Ministério da Saúde mostra que os gráficos deixaram de apresentar variações semanais acentuadas – ainda que os registros diários apresentem atrasos. “A epidemia ainda é bastante grave no Brasil, mas certamente o aumento já não é tão exponencial e a situação se aproxima de um ponto de equilíbrio”, declarou Michael Ryan, diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), na quarta-feira (17).
O pico dos registros diários da pandemia no Brasil ocorreu na terça-feira (16), com 34.918 casos, porém, na semana encerrada no sábado passado (13), o crescimento de casos foi de 1,87%, com 177.668 registros, em relação ao mesmo período anterior. Já entre os períodos encerrados em 30 de maio e 6 de junho, ocorreu uma alta de 15%, indo de 151.042 casos para 174.406.
Quatorze estados apresentaram tendência de queda ou redução nas internações pelo novo coronavírus: Amazonas, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Outros cinco estão estabilizados: Acre, Alagoas, Bahia, Maranhão e Roraima. Enquanto oito possuem tendência de alta ou aumento: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Sergipe.
A maior atenção está nos oito estados que até o meio desta semana apresentavam taxas de ocupação de leitos UTI acima de 80%: Acre, Alagoas, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe.
Enquanto isso, a OMS mostra preocupação com o avanço recorde da pandemia. Hoje, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom, declarou: “A pandemia está acelerando. Mais de 150 mil casos foram reportados ontem, o número mais alto em um único dia. Quase a metade deles foram reportados nas Américas, e outra grande parte no sul da Ásia e no Oriente Médio”. Ele afirmou que os governantes dos países mais afetados precisam evitar se deixar levar pela ansiedade de abrir as economias antes do tempo. “O vírus está se espalhando e ainda é mortal”.
