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Brasil liderou desmatamento de florestas tropicais em 2022

O país é responsável por 43% da área desmatada em todo o planeta

Durante a COP 26, em novembro de 2021, mais de 100 líderes de países com extensas áreas florestais, incluindo Brasil, Colômbia, Rússia, Canadá, República Democrática do Congo e Indonésia, comprometeram-se a deter e reverter a perda florestal e a degradação da terra até 2030. O acordo cobriria quase 85% das áreas florestais globais, totalizando mais de 21 milhões de quilômetros quadrados de florestas.

No entanto, o cumprimento das metas estabelecidas nesse acordo tem se tornado cada vez mais distante, conforme indicado por um relatório da Global Forest Watch divulgado nesta terça-feira (27). Com base em imagens de satélite, o relatório revelou aumentos significativos nos índices de devastação de florestas primárias, que são aquelas com ecossistemas complexos e intactos. Somente na região dos trópicos, onde estão localizadas as grandes florestas tropicais úmidas, como a Amazônia, houve um aumento de 10% na perda de florestas primárias de 2021 para 2022. Isso significa que aproximadamente 4,1 milhões de hectares de floresta virgem desapareceram em um ano, o equivalente a 11 campos de futebol perdidos a cada minuto.

O Brasil se destaca como líder nessa destruição, contribuindo com quase metade do desmatamento global, apesar de possuir cerca de 30% da área florestal mundial. O país é responsável por 43% da área desmatada em todo o planeta. Outros países como República Democrática do Congo, Bolívia e Gana também estão entre os protagonistas da devastação. Apenas Malásia e Indonésia conseguiram manter os índices de perda florestal em níveis mais baixos.

As florestas primárias estão sendo destruídas devido a incêndios propositais, conversão para pastagens e plantações de commodities, exploração de petróleo, extração de madeira, abertura de estradas, ocupação ilegal de terras indígenas para mineração e outros fins.

Além das consequências para a biodiversidade, a devastação florestal também tem um impacto significativo nas emissões de dióxido de carbono, principal causa do aquecimento global. A perda total de área florestal entre 2021 e 2022 resultou na emissão de 2,7 gigatoneladas (Gt) de dióxido de carbono na atmosfera, equivalente às emissões anuais de combustíveis fósseis da Índia. Além disso, o desmatamento pode afetar o regime global de chuvas, levando a consequências irreversíveis, como o aumento de áreas desertas e a transformação de grande parte das florestas da Amazônia Ocidental, incluindo a Amazônia brasileira, em savana.

O relatório destaca a urgência de ações efetivas e abrangentes para combater a perda florestal e reverter essa tendência preocupante. “É essencial que os países intensifiquem seus esforços para proteger as florestas e adotem práticas sustentáveis de uso da terra, buscando soluções que equilibrem a conservação ambiental com o desenvolvimento socioeconômico. Somente através de um compromisso global e a implementação de políticas eficazes será possível preservar as florestas e mitigar os impactos das mudanças climáticas.”, diz.

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