Disputa deve ser aproveitada por Nunes, que reduziu a diferença para o psolista (34% a 29%). Com a margem de erro, os dois estão tecnicamente empatados – e a simulação de 2° turno mostra uma disputa ferrenha
Aliados na esfera federal, PSOL e PSB ensaiam uma briga na pré-campanha pela prefeitura de São Paulo que pode ter efeitos perigosos na base do governo. A deputada federal Tabata Amaral acusou o também congressista Guilherme Boulos de distorcer uma pesquisa eleitoral em postagens nas redes sociais.
O próprio candidato do PSOL postou uma mensagem com o seguinte título: “Boulos lidera com 34% contra qualquer adversário”. O problema é que Tabata, que também postula a prefeitura, foi ignorada nessa postagem sobre intenções de voto. No estudo original, realizado pelo instituto RealTime Big Data, ela ficou em terceiro lugar no ranking, com 10% do eleitorado.
Diante disso, Tabata soltou o verbo em vídeo: “Em nenhuma nessas leituras, não importa o quanto eu me esforce, eu consigo entender de onde Boulos tirou esse gráfico que postou. Esse cenário não existe. Ele simplesmente retirou meu nome e colocou uma realidade que sequer faz sentido. Agora eu pergunto para vocês: o que é isso? É estatística criativa? É erro, alguém não tinha noção do que estava fazendo? Ou é safadeza mesmo?”.
Esperava-se, até agora, que apenas a campanha de Ricardo Nunes fosse despejar duras críticas ao postulante do PSOL. Pelo andar da carruagem, porém, virá chumbo grosso por parte do PSB, que também precisa fustigar o atual prefeito para tentar romper a polarização entre os dois primeiros colocados nas pesquisas.
A briga entre Boulos e Tabata, no entanto, expõe uma fratura na esquerda que deve ser aproveitada por Nunes, que reduziu a diferença para o opositor (34% a 29%). Com a margem de erro, os dois estão tecnicamente empatados – e a simulação de segundo turno mostra uma disputa ferrenha. Segundo a pesquisa do Big Data, Nunes ganharia por 51 %, contra 49 % de Boulos.