Oito países da Europa encaminharam ao vice-presidente Hamilton Mourão uma carta onde expressam preocupação com o ritmo do desmatamento nas florestas do Brasil e alertam para o prejuízo que isso traz às relações comerciais do país. O documento é assinado pela Bélgica e pelos demais sete integrantes da Parceria das Declarações de Amsterdã, formada por Alemanha, Dinamarca, França, Holanda, Itália, Noruega e Reino Unido. As queimadas no Pantanal tendem a intensificar ainda mais as críticas à política ambiental brasileira, já bastante agudas devido ao desmatamento da Amazônia.
“Nossos esforços coletivos para gerar um maior investimento financeiro na produção agrícola sustentável e melhorar o acesso a produtos obtidos de forma sustentável aos mercados também poderia apoiar o crescimento econômico do Brasil. Contudo, enquanto os esforços europeus buscam cadeias de suprimento não vinculadas ao desflorestamento, a atual tendência crescente de desflorestamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para empresas e investidores atender a seus critérios ambientais, sociais e de governança”, diz um trecho da carta.
Mourão, que é presidente do Conselho da Amazônia, afirmou que o conteúdo foi discutido em reunião com os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Sales, e da Agricultura, Tereza Cristina. O vice disse, ainda, que o Itamaraty deve procurar o embaixador da Alemanha para conversar sobre o posicionamento expresso no documento. A carta chega às vésperas da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 22 de setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro deve defender a política ambiental brasileira em discurso.