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Como a China está vencendo a guerra na Ucrânia

Potência asiática compra óleo e cereais russos mais baratos, enquanto vende armas para Putín por meio da Coreia do Norte. Enquanto isso, EUA e UE apenas gastam

Mais de seis meses se passaram desde a invasão das tropas russas ao território ucraniano, causando instabilidades econômicas globais. Nesse cenário de inseguranças, só a China vence – ou perde menos -, ocupando espaços e somando ganhos com os custos do conflito. Empresas chinesas substituem companhias ocidentais que deixaram a Rússia em função das sanções. Esse é um ganho menor no curto prazo que pode se mostrar valioso no futuro. No mercado energético, o país asiático passou a comprar óleo e gás russo abaixo dos preços de mercado, economizando divisas enquanto tenta a transição para eliminar suas usina térmicas a carvão. No campo militar, a China usa a Coreia do Norte para abastecer os russos com armas. Ou seja, o governo de Pequim só encontrou lucros financeiros e geopolíticos com a instabilidade criada por Vladimir Putin.

Do outro lado da Eurásia, o bloco europeu segue bloqueando bens e empresas russas, mas em um situação precária, pois a dependência do gás extraído do Ártico e do Cáspio não encontra subsituto viável a curto prazo. Dados do Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo (CREA, na sigla em inglês), organização sediada em Helsinque, Finlândia, mostram que os ganhos do Kremlin com as exportações de petróleo, gás e carvão nos seis meses desde que o país invadiu a Ucrânia superaram o custo total da guerra. A causa é a alta dos preços da energia. A receita da Rússia com as exportações de combustíveis fósseis atingiu € 158 bilhões de fevereiro a agosto, enquanto o custo estimado dos gastos militares ficou em € 100 bilhões.

Taiwan

O maior importador russo de combustíveis ainda é a União Europeia (€ 85 bilhões), a qual os russos ameaçam deixar de abastecer se os embargos não forem levantados. A seguir vem China (€ 35 bilhões), Turquia (€ 11 bilhões), Índia (€ 7 bilhões) e Coréia do Sul (€ 2 bilhões). As receitas de exportação de combustíveis fósseis contribuíram com cerca de € 43 bilhões ao orçamento federal da Rússia. Mas há um problema no horizonte, que é a dependência parcial dos russos das petroleiras ocidentais, como Exxon, BP e Shell. Virou um cabo de guerra para ver quem resiste por mais tempo, enquanto Alemanha, Holanda e itália, principalmente, buscam alternativas.

É um cenário delicado. Os países da União Europeia aplicam sanções aos russos e abastecem a Ucrânia com bilhões de dólares em armas e treinamento, enquanto reclamam do Kremlin, que pode fechar o gasoduto do Mar Báltico.

Nesta terça-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que os EUA fomentaram a crise de fornecimento de gás da Europa, empurrando os líderes europeus para a decisão suicida de cortar a cooperação econômica e energética com Moscou. O acordo pode ser reestabelecido caso as sanções sejam reconsideradas.

O elemento mais recente desse xadrez é a compra de munições e armas de artilharia da Coreia do Norte para emprego nos campos de batalha da Ucrânia. A negociação indica que os militares russos não conseguem suprir a demanda de suprimentos e, para não comprometer os chineses, compram praticamente por subscrição dos norte-coreanos.

Em um cenário amplo, até os Estados Unidos saem perdendo, pois estão com seus esforços de apoio divididos entre os interesses geopolíticos na Ucrânia e no oeste do Pacífico, onde a China pressiona Taiwan aproveitando o momento para se firmar mais ainda como potência militar cada vez mais condizente com sua força econômica em escala global.

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