Países concordaram em proteger 30% do planeta até 2030
A conferência das Nações Unidas para a biodiversidade (COP15), realizada no Canadá, alcançou, nesta seguda-feira (19) um acordo histórico. O acordo visa a impedir a destruição da biodiversidade e os seus recursos e oferece o desbloqueio de ajuda financeira para evitar a extinção de espécies.
Após quatro anos de difíceis negociações e dez dias de uma maratona diplomática, mais de 190 Estados chegaram a um consenso na Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica. Os países concordaram em proteger 30% do planeta até 2030 e liberar US$ 30 bilhões em ajuda anual à conservação para os países em desenvolvimento.
O acordo foi alcançado sob a proteção da China, que preside à COP15, apesar da oposição da República Democrática do Congo.
“Juntos, demos um passo histórico”, disse Steven Guilbeault, ministro do Ambiente do Canadá, país anfitrião da COP15, depois de a China ter desistido de realizá-la em Kunming devido à pandemia de covid-19.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, celebrou o “resultado histórico” do acordo que “completa” o de Paris para o clima. Ela disse que o mundo tem agora “dois campos de ação para avançar a uma economia sustentável até 2050”.
Principais pontos
O “pacto de paz com a natureza”, apelidado de “Acordo de Kunming-Montreal”, apresenta quatro metas de longo prazo (até 2050) e 23 objetivos de ação urgente que visam a proteger a terra, os oceanos e as espécies da poluição, degradação e da crise climática.
A principal meta propõe “que, até 2030, pelo menos 30% das áreas terrestres, águas e áreas costeiras e marinhas sejam efetivamente conservadas e geridas”. Isso será feito “por meio de redes de áreas protegidas ecologicamente representativas, bem conectadas e geridas de forma equitativa, assegurando que qualquer uso sustentável seja totalmente compatível com os objetivos de conservação”. Até o momento, apenas 17% da terra e oito% dos mares estão protegidos.
O texto prevê ainda que os países desbloqueiem US$ 200 bilhões por ano para iniciativas de biodiversidade dos setores público e privado. Os países desenvolvidos fornecerão pelo menos US$ 20 bilhões por ano até 2025, e pelo menos US$ 30 bilhões anuais até 2030.
O acordo dá também garantias aos povos indígenas, guardiões de 80% biodiversidade remanescente na Terra, propõe restaurar 30% da terra degradada e reduzir à metade o risco ligado aos agrotóxicos.
(Agência Brasil)