Um dos principais objetivos da participação do governo brasileiro na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) será o de aprovar a regulamentação do Artigo 6º do Acordo de Paris. O artigo trata das regras para operacionalização do mercado global de carbono. O tema foi debatido nesta sexta-feira(20) em audiência pública na Câmara dos Deputados. A COP-26 será realizada em novembro, na cidade de Glasgow, na Escócia.
De acordo com o secretário adjunto da Secretaria de Clima e Relações Internacionais do Ministério do Meio Ambiente, Marcelo Donnini Freire, “no que depender do Brasil, não haverá entraves para que o artigo seja regulamentado. Temos entendimento que o mercado mundial organizado demonstrará quais são as economias limpas e quais são as grandes economias sujas, por uma questão de lógica”, acrescentou, ao destacar que o Brasil tem “grandes oportunidades” de ser exportador desse tipo de crédito que, nas palavras dele, “é muito importante para ganhos ambientais nacionais e mundiais, bem como para ganhos geopolíticos e econômicos”.
A missão não será tão fácil, segundo a secretária de Meio ambiente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Sandra Paula Bonette. “Nós, da agricultura familiar, que estamos na prática e no dia a dia na lida do campo, não estamos vendo iniciativas de contenção do desmatamento ou de redução das mudanças climáticas. Ao contrário, sofremos diariamente com isso, a exemplo das secas que há três anos atingem os agricultores do Sul”, disse.
Para a secretária da Contag, “o governo brasileiro precisa melhorar e avançar na sua política ambiental, porque o que temos hoje é simplesmente o abandono”. “Diante do que o mundo e os mercados discutem e buscam, [esse avanço] passa pelo compromisso com a preservação ambiental e pela manutenção da floresta em pé”, afirmou.
(com Agência Brasil)