O Brasil registrou nesta terça-feira (14) um novo recorde diário de mortes por coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, foram reportados 204 óbitos nas últimas 24 horas. Em entrevista a MONEY REPORT, a médica infectologista Jane Teixeira, gerente de produtos na Sharecare, comentou que a piora é um reflexo do rompimento do isolamento social e que o país caminha para a fase mais grave da doença. “Observamos uma movimentação cada vez maior nas ruas. Isso é muito ruim, porque ainda estamos longe do pico. A tendência é avançar muito o número de infectados e de mortes”, destacou. “A fila de casos pendentes no país ainda é enorme. Os exames estão demorando para ficarem prontos. Temos também situações de insuficiência respiratória. Estamos subestimando a proliferação da doença”, alertou. A infectologista esclareceu que é natural que os dados caíam no final de semana, por questões burocráticas que atrasam a entrega dos testes, e acelerem durante os dias úteis. Repetindo a avaliação do Ministério da Saúde, a médica apontou que o pico da doença será entre maio e junho e que o platô deverá ser atingido só em julho. Jane evitou falar sobre estimativas e indicou que o essencial no momento é fazer o número de testes. Ela reforçou a importância da quarentena como forma mais eficaz de conter o avanço da pandemia. “Não tem receita milagrosa. As pessoas precisam entender que o isolamento é para ganhar tempo, não sobrecarregar o sistema de saúde e abrir a chance do desenvolvimento de uma vacina. Teremos uma subida descontrolada, como nos Estados Unidos, se isso não for seguido”, completou.