Militar suspeito de operar a falsificação do certificado de vacinação de Bolsonaro ficou meia hora com os investigadores
Em depoimento aguardado, mas que durou menos de 40 minutos, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, preferiu o silêncio durante depoimento à Polícia Federal (PF). Ele está detido desde 3 de maio por envolvimento no esquema de falsificação de certificados de vacinação contra a covid do ex-presidente, sua filha de 13 anos, Laura, e o próprio militar e sua esposa.
Mauro Cid chegou à sede da PF, em Brasília, escoltados por policiais do Exército (PEs), pouco antes das 14h30, saindo do prédio quase às 15h10. Ele é suspeito dos crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa, inserção de dados falsos em sistemas de informação, peculato eletrônico e corrupção de menores. Seu silêncio teria servido para mandar um recado, já que ele não respondeu as dúvidas sobre ter recebido ordens para executar a fraude ou assumido ter feito tudo sem o conhecimento do chefe. Ou seja, jogou uma sombra sobre Bolsonaro, que depôs sobre o caso na terça-feira (16), quando negou ter qualquer envolvimento com o esquema em seu favor.
Cid também está envolvido em outras supostas irregularidades durante o mandato do ex-presidente. Ele é investigado por caixa 2, pagamentos de contas com recursos em dinheiro vivo de origem desconhecida e as infrutíferas tentativas de recuperação das joias presenteadas ao governo brasileiro pela casa real saudita. Bolsonaro teria tentado se apossar das relíquias avaliadas em R$ 16 milhões depois destas serem apreendidas pela Receita Federal.
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