A operação Lava-Jato ganha uma nova temporada, pelo menos o que sobrou dela. Seus principais e controversos personagens ligados ao núcleo das investigações estão entrando na política. Primeiro o ex-juiz federal e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, e agora, o procurador regional federal Deltan Dallagnol (imagem), que pediu exoneração do cargo nesta quinta-feira (4).
Ambos se prepararam para entrar no ambiente da vida civil que os fez ganhar notoriedade como combatentes da corrupção. A anúncio da saída de Dallagnol na esteira da pré-candidatura de Moro à Presidência da República abre margem para sua possível tentativa a uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022, provavelmente pelo estado do Paraná. O partido do ex-procurador deve ser o Podemos, como o de Moro – o lar dos principais lava-jatistas paranaenses.
O currículo do ex-procurador é melhor que o muito dos parlamentares investigados por ele. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná, tem mestrado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Porém, não é disso que a classe política vive. Se eleito, Dallagnol enfrentará resistência e desafetos daqueles que conhecem as artimanhas e atalhos no jogo das casas legislativas, algo que Dallagnol só ouviu falar.