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De repente ninguém tem culpa no caso da Dama do Tráfico

A barbeiragem recaiu para a representante civil do comitê de prevenção à tortura. Mas ninguém nos ministérios bateu as credenciais dos visitantes

O governo do Amazonas afirmou que a criminosa condenada Luciane Barbosa Farias, a Dama do Tráfico do Comando Vermelho (CV) no Amazonas (AM), não tinha “legitimidade” para participar do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), ocorrido em Brasília em novembro de 2023. Farias é mulher de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, líder do CV condenado a 31 anos de prisão por tráfico, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Ou seja, ninguém admite diretamente que alguma instituição governamental permitiu uma criminosa dentro de uma sala do Ministério da Justiça na presença de um assessor direto do ministro Flavio Dino. E a razão aparente é uma só: não houve checagem de credenciais por parte de ninguém.

Segundo o governo estadual, Luciane foi indicada para o evento pelo Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), o qual preside, mas ainda não estaria nomeada para integrar o Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas. A Polícia Civil do AM suspeita que a ILA é mantido com recursos do tráfico. Com isso, a presidente interina estadual do CNPCT, Natividade de Jesus Magalhães Maia, colocou a dama na viagem. Natividade é integrante da sociedade civil. Difícil é engolir que alguém que atue com direitos humanos e justiça desconhecesse que Luciane é integrante condenada do CV, já que a condenação de Tio Patinhas teve ampla divulgação.

O Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, responsável pelo evento, confirmou ter pago a passagem aérea para Luciane, mas disse que a participação da condenada se deu por meio do comitê estadual da qual ela ainda não fazia parte. Os comitês estaduais têm autonomia para indicar os nomes que vão a Brasília. Os ministros Flávio Dino e Silvio de Almeida não indicaram e não se encontraram com ela, mas se tornaram alvos escancarados da oposição, que querem evitar sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

“Nem o Ministro, nem a secretária nem qualquer pessoa do Gabinete do Ministro teve contato com a indicada ou mesmo interferiram na organização do evento que, insistimos, contou com mais de 70 pessoas do Brasil todo e que franqueou aos comitês estaduais a livre indicação de seus representantes” explicou o Ministério dos Direitos Humanos em nota.

O governo do Amazonas informou que questionará Natividade de Jesus Magalhães Maia e outros integrantes do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas sobre a presença de Luciane como parte do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Amazonas.

Entenda o caso

Luciane esteve em pelo menos duas audiências no prédio do Ministério da Justiça, em Brasília. Ela se apresenta como presidente da ILA (Associação Instituto Liberdade do Amazonas). Segundo investigações da Polícia Civil do estado, a ONG atua em defesa de presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico.

Luciane circula por Brasília ao lado da advogada Camila Guimarães de Lima e da amiga Janira Rocha, ex-deputada estadual pelo PSOL.

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