O debate realizado na noite de quinta-feira (16) pela TV Bandeirantes com os candidatos ao governo de São Paulo deu pistas sobre como deve ser a campanha eleitoral no estado. João Doria (PSDB) foi o mais caçado entre os postulantes ao Palácio dos Bandeirantes. O tucano foi alvo de Márcio França (PSB), Luiz Marinho (PT), Professora Lisete (PSOL) e Marcelo Cândido (PDT). Os rivais devem explorar o fato de Doria ter deixado a prefeitura de São Paulo sem concluir o mandato. Além disso, deve pesar contra o tucano o fato dele ter a imagem associada ao governo do presidente Michel Temer (MDB). Para garantir sua ida ao segundo turno, o ex-prefeito tem algumas armas, como a força do PSDB em São Paulo, a ampla base aliada e o antipetismo.
Paulo Skaf buscou fugir dos embates. O candidato do MDB tem como maior preocupação não aparecer ligado a Temer. Ele não mencionou uma única vez o nome do presidente. Empatado tecnicamente com Doria nas pesquisas, Skaf dificilmente sofrerá ataques do tucano, já que atuam praticamente no mesmo campo político.
Márcio França sinalizou que seu alvo principal na campanha será Doria. O atual governador enxerga nos eleitores críticos ao ex-prefeito de São Paulo uma oportunidade de crescer. Ele quer abocanhar também uma leva de eleitores simpáticos a Geraldo Alckmin. Falta a França ser mais conhecido.
Outro que vai partir para o confronto com Doria é Luiz Marinho. A rejeição do PT em São Paulo deve limitar suas chances de ir ao segundo turno. Provavelmente, Marinho aproveitará a campanha para bater em Doria, defender Lula e lamentar o processo de impeachment da ex-presidente Dilma. Isso pode ser ruim para Skaf, que terá a imagem ligada a Temer.
Professora Lisete, Marcelo Cândido e Rodrigo Tavares (PRTB) foram meros coadjuvantes. Eles poderão ser usados como escadas pelos principais candidatos, fazendo dobradinhas, ou forçar momentos mais quentes, com discursos lacradores.