Mais de 100 países se comprometeram nesta quarta-feira (13) a colocar a proteção de habitats no centro das decisões do governo, mas não chegaram a se comprometer com metas específicas para conter extinções em massa. O Ministro do Meio Ambiente da China, Huang Runqiu, disse aos delegados da Conferência da ONU sobre Biodiversidade, a COP15, que ocorre na cidade de Kunming, que a declaração era um documento de vontade política, não um acordo internacional vinculante.
A Declaração de Kunming pede “ação urgente e integrada” para refletir as considerações sobre a biodiversidade em todos os setores da economia global, mas questões cruciais — como o financiamento da conservação em países mais pobres e o compromisso com cadeias de abastecimento amigas da biodiversidade — foram deixadas para mais tarde.
Com a perda de espécies de plantas e animais, agora em ritmo mais rápido em 10 milhões de anos, estimam os cientistas, políticos, cientistas e especialistas tentam estabelecer as bases para um novo pacto para salvar a biodiversidade. Em um acordo anterior assinado em Aichi, Japão, em 2010, os governos concordaram em 20 metas para tentar reduzir a perda de biodiversidade e proteger os habitats até 2020, mas nenhuma dessas metas foi cumprida.
No centro dos esforços está um apelo das Nações Unidas para que os países protejam e conservem 30% de seu território até 2030 — uma meta conhecida como ’30 por 30 ‘, que a conferência reconheceu. “A declaração faz uma referência à meta de ’30 por 30 ‘, mas não indica se Pequim concorda”, disse Li Shuo, assessor climático sênior do grupo ambiental Greenpeace.
Uma promessa de 30% pode ser demais para a China, que tem quase 10 mil reservas naturais cobrindo 18% de seu território. “Acadêmicos dizem pensar que 24%, 25% pode ser razoável, mas mesmo chegar aos 18% foi um desafio, então 30% pode ser difícil”, disse Alice Hughes, bióloga conservacionista que participou das negociações em nome da China Biodiversity Conservation and Green Development Foundation.