O Democratas e o PSD se movimentam rumo às eleições de 2022. No centro do embate está o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) (imagem). O presidente do PSD, Gilberto Kassab, tem feito ofensivas às claras pela filiação do parlamentar, alegando que ele é a terceira via ao Palácio do Planalto, enquanto o DEM luta para mantê-lo. Os democratas têm lembrado Pacheco que ele foi alçado à presidência da Casa como apadrinhado de seu antecessor, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Mas o parlamentar tem ligações com o PSD. Seu padrinho político é o senador Antonio Anastasia (PSD-MG).
A decisão de Pacheco depende do Democratas. Ao jornal Valor Econômico, um interlocutor do congressista afirmou que se o partido apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro e se aproximar ainda mais do governo, ele poderá se desligar. Há controvérsias. Ele foi alçado à presidência da Casa com apoio do governo e, desde o início da pandemia, se mostra um advogado de defesa do Planalto. Em 1° de março, em entrevista ao Roda Viva, ao ser questionado sobre tratamentos ineficazes contra a covid-19, afirmou que tomaria cloroquina se um médico a receitasse – naquela época, o medicamento já havia sido descartado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Pacheco é uma esfinge e, para agravar, uma esfinge mineira”, disse um dirigente do DEM. Para esta liderança, o senador não se posicionará ainda.
Movimentações paralelas
O DEM perdeu em 2021 alguns nomes por politicagem e discórdias. Entre eles, o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, que após 27 anos foi para o PSDB. Garcia busca o apoio tucano para ascender ao Palácio dos Bandeirantes como candidato titular. Enquanto perde um postulante sem chance de vitória, o DEM busca outro paulista para 2022. Com reais chances, o ex-governador Geraldo Alckmin deve se desfiliar do PSDB, e já sondado pelo DEM e pelo seu velho amigo Kassab.
Houve também a expulsão do DEM do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ), por desavenças devido à eleição da Câmara em 2020. Maia ainda está filiado, mas é sondado há meses pelo PSD e MDB, mas namorou o PSDB também. Ele levaria junto seu pai, o ex-prefeito do Rio e vereador César Maia (RJ). Detalhe: Maia pai era presidente do Democratas no RJ e há 3 dias deu lugar ao deputado federal Sóstenes Cavalcante.
Em Alagoas, está em curso a filiação do presidente da assembleia legislativa de Maceió, Marcelo Victor (Solidariedade). Se o parlamentar aceitar, confirmará o acordo entre o presidente do DEM, ACM Neto, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), para formar uma oposição contra o grupo do senador Renan Calheiros (MDB-AL). O objetivo é Victor assumir o governo de Alagoas em abril, quando o governador Renan Filho (MDB) deve deixar o cargo para concorrer ao Senado contra Fernando Collor (PROS). Vale destacar que o estado não tem vice-governador, já que o ex-vice, Luciano Barbosa (MDB), deixou a cadeira, rompeu com os Calheiros, e se elegeu prefeito de Arapiraca com o apoio de Lira.
- Há ainda o presidenciável e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Sem musculatura para o pleito, logo deve ser descartado;
- Na Bahia, ACM Neto disputará o governo contra o ex-governador e atual senador, Jaques Wagner (PT);
- Em Santa Catarina, prefeito de Florianópolis, o democrata Gean Loureiro, desponta como bem avaliado para o governo.
o que MONEY REPORT publicou