Diante do risco de uma nova paralisação dos testes com vacinas contra a covid-19, a Comissão Mista do Congresso, que acompanha as medidas de combate à pandemia aprovou, na manhã desta quarta-feira (11), audiências públicas com o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres (imagem), e o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas. Os parlamentares querem esclarecimentos sobre a suspensão dos estudos clínicos da vacina CoronaVac. Ambos devem ser ouvidos a partir de sexta-feira (13). Na tarde desta terça-feira (10), o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), também havia pedido esclarecimentos.
As iniciativas do Legislativo e do Judiciário tentam determinar o quanto há de motivação política na decisão da Anvisa. Os testes foram liberados novamente pela agência nesta quarta-feira (11), depois de uma ordem de interrupção anunciada na segunda-feira (9), diante da notificação de um “evento adverso grave” ocorrido com um dos voluntários do estudo. A paralisação seria um atropelo, pois não passou pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep), do Ministério da Saúde.
Embora nem Anvisa, nem Butantan confirmem, o voluntário teria cometido suicídio, apontou a Polícia Civil de São Paulo, em 29 de outubro. Apesar da necessidade de notificação, o caso não teria relação com a vacina. Laudos periciais são aguardados.
Na manhã de ontem (10), ambas as instituições concederam coletivas de imprensa para esclarecer a sequência dos fatos que incluiu, ainda, uma demora na comunicação do Butantan à Anvisa, alegadamente relacionada a um ataque hacker contra o Ministério da Saúde na semana passada.