Apesar dos resultados positivos na região amazônica, houve aumento de 21% no desmatamento registrado no Cerrado
O desmatamento na Amazônia caiu 33,6% entre janeiro e junho de 2023, em relação ao mesmo período do ano passado indicam dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgados nesta quinta-feira (6) pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Somente em junho, redução foi de 41%, atingindo menor nível de devastação desde 2018, apontam dados do Inpe. Ao mesmo tempo, desmatamento semestral aumenta no Cerrado. Queimadas também preocupam.
Os números são considerados preliminares e foram coletados pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) do Inpe, que monitora alterações na cobertura florestal.
De acordo com o Deter, o acumulado de alertas de desmatamento na Amazônia foi de 2.649 km² entre janeiro e junho, frente a 3.988 km² nos primeiros seis meses de 2022. Esta é a menor área devastada no período desde o primeiro semestre de 2019 (2.446 km²).
A queda verificada no primeiro semestre deste ano se sucede a uma alta de 54% registrada na segunda metade de 2022, quando a área sob alertas de desmatamento foi de 4.803 km².
O balanço apresentado para o primeiro semestre também mostra que Mato Grosso superou o Pará como estado com maior área sob alerta de desmatamento, com 34% do total contabilizado.
Amazônia tem melhor junho desde 2018
Somente em junho de 2023, considerado um dos meses de maior risco de desmatamento por estar no período seco, a queda na devastação chegou a 41% em comparação com o mesmo mês de 2022, passando de 1.120 km² para 663 km².
O desmatamento no sexto mês deste ano foi o menor para junho desde 2018 (488 km²), antes da presidência de Jair Bolsonaro.
Embora não tenha a finalidade de medir com precisão áreas desmatadas, o Deter aponta tendências com o objetivo de orientar a fiscalização. A taxa anual de desmatamento é medida sempre de agosto a julho por outro sistema do Inpe, o Prodes, e deverá ser divulgada somente em novembro.
Devastação em alta no Cerrado
No Cerrado, o Inpe verificou uma queda de 14,6% na devastação em junho frente ao mesmo mês do ano passado (de 1.026 km² para 876 km²).
Na comparação semestral, no entanto, houve uma alta de 21% em relação aos primeiros seis meses de 2022 (de 3.638 km² para 4.408 km²). O desmatamento superou o recorde anterior, de 2018, quando 3.774 km² foram devastados nos primeiros seis meses do ano, segundo o Deter.
No caso do Cerrado, 81% do desmatamento está concentrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e da Bahia, conhecidos como região Matopiba. Entre eles, o maior peso está na Bahia, que concentra 28% das áreas sob alerta no bioma.
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