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Dilma: um grande fator de risco para Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu um feito impressionante: saiu da condição de quase inimigo público número 1, no início de 2018, para a liderança das pesquisas eleitorais de 2022. Hoje favorito em todas os estudos que mapeiam as intenções de voto para presidente, Lula tem a noção de que, para vencer, precisa esconder a ex-presidente Dilma Rousseff de sua campanha. Até agora, vem colocando a sucessora em banho maria e a deixando de lado nos encontros públicos patrocinados por seu comitê eleitoral.

Dilma, teve, no início de seu mandato, índices de aprovação que superavam a marca de 80 % — talvez um recorde entre os mandatários brasileiros. Ela, porém, foi apeada do poder em meados do segundo mandato, atolada pela impopularidade, tanto entre os eleitores como no Congresso. Para se ter ideia, ela não conseguiu nem obter um terço dos votos do Congresso Nacional para impedir seu processo de impeachment.

Hoje, a ex-presidente é quase uma unanimidade: há rejeição a ela em todas as classes sociais e volta e meia é alvo de memes que satirizam sua capacidade de raciocinar. Dilma sofre inclusive o desprezo de muitos petistas – e são vários os relatos de que Lula se arrependeu em escolhê-la para sucedê-lo.

Em março de 2016, a desaprovação a Dilma bateu os 69 % (a título de comparação, as últimas pesquisas mostram que Bolsonaro tem 64 % neste mesmo quesito) e mostrou que ela patinava em apoio popular. Candidata ao Senado por Minas Gerais, chegou em quarto lugar e não foi para Brasília.

A conclusão mais fácil de todo este movimento é: Dilma será escondida por Lula. Impiedosamente. Mais que isso. O ex-presidente já deixou claro também que ela não irá participar de sua administração. “O tempo passou, tem muita gente nova no pedaço e eu pretendo montar o governo com muita gente nova, muita gente importante e com muita experiência também”, disse Lula em entrevista à rádio CBN.

Diante dessa decisão, Dilma está magoada e quer ir à imprensa para se defender, mas ainda não encontrou a melhor forma de fazer isso. Lula, por sua vez, prefere ignorar a gestão de sua sucessora – uma era em que se esqueceu o tripé econômico, a inflação recrudesceu e a atividade econômica despencou. Dilma, como tutora de Guido Mantega, preferiu o caminho da heterodoxia, do gasto público desenfreado e das pedaladas fiscais.

O resultado foi um quadro de estagflação – um dos piores pesadelos econômicos.

Lula usará o seu mandato como um exemplo de bonança, em contrapartida com as dificuldades do cenário atual – mas essa estratégia pode ser arranhada se os anos Dilma forem constantemente lembrados. Se a ex-presidente entrar em campo para defender, então, a coisa pode piorar muito.

Dilma é conhecida por seu raciocínio tortuoso e sua capacidade inesgotável de produzir frases desconexas. Trata-se de uma fórmula perfeita para dar munição aos inimigos. Se ela for defender a política econômica de seu governo, pode produzir explicações curiosas, como a que deu no Senado Federal sobre a distribuição dos recursos gerados pela exploração de petróleo no pré-sal: “Não é 30% dos recursos da exploração [do pré-sal]. É 30% de 25%. Ou 30%… de 30%. Portanto, não é 30%. Está entre 7,5% e um pouco mais, 12,5%. Não se trata de 30%”, disse ela. A ex-presidente procurava explicar que a percentagem incidiria não sobre a totalidade dos recursos, mas sim sobre 25 % do total. Porém, enrolou-se na explicação e acabou viralizando nas redes. Se ela resolver explicar a oscilação do PIB durante sua administração, poderá produzir algo do gênero.

Os adversários de Lula estão aguardando, ansiosos e esperançosos, a entrada de Dilma na campanha eleitoral.

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