Ministro do STF argumenta que sua decisão segue a Constituição: “Não há o que reconsiderar”.
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou nesta segunda-feira (9) o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) para reconsiderar parcialmente a decisão que liberou o pagamento de emendas parlamentares.
Em 2 de dezembro, Dino decidiu que as emendas, que estavam suspensas desde agosto, estão liberadas para pagamento, mas devem seguir critérios de transparência e rastreabilidade.
Em seguida, AGU pediu a reforma dos pontos da liminar que tratam da aprovação de um plano de trabalho para liberação das emendas, a identificação nominal dos parlamentares solicitantes e o ponto que trata do crescimento do volume total de emendas para 2025.
Na decisão, Flávio Dino disse que “não há o que reconsiderar”. O ministro ressaltou que sua decisão, que foi referendada, por unanimidade, pelo plenário da Corte, deriva da Constituição, da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e da Lei Complementar 210/2024, aprovada pelo Congresso para tratar da liberação das emendas.
“E todo esse processo legislativo é transparente e rastreável, em face dos excelentes sites mantidos pelas casas parlamentares. Por que, no caso da Lei Orçamentária, seria diferente? Não há base constitucional, legal ou lógica para que, exatamente em se tratando da aplicação do dinheiro público, haja um inusitado procedimento de ocultação”, justificou Dino.
Entenda
Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP8 e RP9 eram inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
No entanto, o PSOL, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continuava em descumprimento.
Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.
Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União (CGU) auditasse os repasses dos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.
(Agencia Brasil)
O que MR publicou
- Maioria do STF mantém decisão de Dino que liberou emendas
- Dino libera retomada do pagamento de emendas parlamentares suspensas
- Suspeitas fazem Dino manter bloqueio das emendas
- Dino mantém suspensão de emendas do orçamento secreto
- Orçamento de 2025 terá R$ 38,9 bi para emendas
- Emendas: STF dá mais 10 dias para governo e Congresso definirem acordo
- Maioria do STF confirma suspensão da execução de emendas ao Orçamento
- Barroso antecipa julgamento da suspensão de emendas impositivas
- Dino pede documentos que autorizaram pagamento de emendas
- PGR vai ao STF para derrubar emendas Pix
- Justiça tenta desmontar orçamento secreto com auditoria
- Dino quer garantir proibição ao orçamento secreto
- Dino quer saber por que Lula, Pacheco e Lira mantiveram orçamento secreto