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Doria e Tebet aguardam pesquisa que definirá seus destinos

Ex-governador segue em guerra com os caciques tucanos enquanto a senadora afirma que aceitará o resultado

A terça-feira (17) será o dia D para dois dos interessados em compor a terceira via. Uma pesquisa qualitativa encomendada pelo bloco formado pela senadora Simone Tebet (MDB) e pelo ex-governador João Doria (PSDB) vai apontar quem teria mais fôlego para levar uma candidatura à Presidência da República adiante, mesmo com chances minguadas de atingir o segundo turno. Nesta segunda-feira (16), em um debate na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a senadora confirmou que aceitará o resultado do levantamento, podendo até ser uma provável vice na chapa de Doria, se ficar atrás do tucano.

Entretanto, Tebet deixou claro que não abre mão de sua candidatura caso conste à frente de Doria. “Jogo em qualquer posição”, afirmou a senadora, que também foi cortejada por Ciro Gomes (PDT), presidenciável melhor avaliado nas pesquisas eleitorais fora do ambiente polarizado.

Além da ansiedade pelo resultado, o levantamento será apreciado em um dos momentos de renovado pico de crise no PSDB. Dessa vez, Doria cobra respeito do presidente nacional da sigla, Bruno Araújo, pela decisão das prévias que definiram seu nome na chapa ao Planalto. Mesmo que fora de moda, a temporada de missivas parece ter voltado com algum ímpeto. Em 2015, tivemos a carta de Temer para Dilma, com o “Verba volant, scripta manent” (As palavras voam, os escritos permanecem), e depois, em 2021, a “Declaração à Nação” de Bolsonaro, com seu “As pessoas que exercem o poder, não têm o direito de “esticar a corda”, a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia”, também de autoria de Temer.

Nos bastidores, apurou MONEY REPORT, o respeito que Doria deseja também foi exigido ao ex-ministro das Relações Exteriores e tucano histórico, Aloysio Nunes Ferreira, que declarou apoio no primeiro turno ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que se enquadraria em desvio de conduta ética dentro do partido. O deputado federal Aécio Neves (PSDB), por sua vez, disse que o apoio de Nunes à Lula reflete o artificialismo da candidatura do PSDB.

Com isso, o bloco em torno de Doria e Tebet já sabe qual deles está mais propenso ao desgaste. Os presidenciáveis terão até o início de agosto para oficializar suas candidaturas nas convenções e a promessa de unificação está mantida até lá – com todas as desconfianças.

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