MONEY REPORT escolheu como a Fake News da Semana um texto que circula nas redes sociais afirmando que foram registradas 12 mil mortes relacionadas às vacinas contra a covid-19 nos Estados Unidos. Essa informação teria sido registrada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.
Contudo, a informação é fake. Consultado sobre o teor da afirmação, o CDC afirma que até o momento, não detectou nenhum padrão incomum ou inesperado para mortes após a imunização que indique que as vacinas estão causando ou contribuindo para mortes. Ocorreram, sim, 9 mortes confirmadas após inoculação com a vacina Janssen. Todas associadas à Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (TTS).
Interpretação de texto
A publicação faz uma interpretação equivocada dos dados do Sistema de Notificação de Eventos Adversos de Vacina (Vaers, na sigla em inglês), plataforma pública que reúne relatos não verificados de eventos adversos ocorridos após a vacinação. Os registros publicados no sistema são posteriormente investigados por especialistas e órgãos de saúde. Entre 14 de dezembro de 2021, quando as primeiras doses foram aplicadas no país, e 3 de fevereiro d 2022, data da última atualização, foram reportados 12.122 relatórios preliminares de mortes entre pessoas que receberam a vacina contra a covid-19. Esses relatos, contudo, não significam que as mortes reportadas tenham, de fato, sido causadas pelos imunizantes. Qualquer pessoa pode registrar um evento adverso no Vaers e esse relato pode ou não ser verdadeiro – ou seja, o evento reportado pode ou não ter alguma relação com a vacina.
O próprio site do sistema avisa que os números não podem ser usados para concluir que todos os efeitos informados foram causados pelos imunizantes. “Os relatórios do Vaers sozinhos geralmente não podem ser usados para determinar se uma vacina causou ou contribuiu para um evento adverso ou doença. Alguns relatórios podem conter informações incompletas, imprecisas, coincidentes ou não verificáveis. Os relatórios geralmente carecem de informações contextuais, como o total de vacinas administradas ou informações sobre grupos não vacinados para comparação”, alerta o CDC.