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É falso que Lula duvidou das urnas da Venezuela

Circula nas redes sociais um vídeo que atribui ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a afirmação de que ele não confia nas urnas eletrônicas sem a impressão de votos, referindo-se ao processo eleitoral da Venezuela. De acordo com a legenda do vídeo, Lula teria pedido comprovantes impressos para confirmar a reeleição de Nicolás Maduro. No entanto, essa alegação é falsa. A afirmação do presidente foi manipulada.



A fala deturpada

No vídeo, a legenda diz: “Em entrevista, Lula afirma que não confia nas urnas eletrônicas sem a impressão de votos, ele quer os comprovantes impressos venezuelanos para confirmar a reeleição de Maduro.” Entretanto, a análise mostrou que essa interpretação é incorreta. O presidente, na verdade, questionou a falta de auditorias públicas no processo eleitoral venezuelano e não a segurança das urnas eletrônicas.

A assessoria de imprensa da Presidência foi consultada sobre o vídeo e confirmou que a legenda é enganosa. “A informação é falsa. Em nenhum momento o presidente Lula falou que não confia nas urnas eletrônicas. A fala foi recortada e tirada de contexto quando ele se referia à divulgação das atas na Venezuela”, declarou a assessoria em comunicado oficial.

Contexto da entrevista

O trecho distorcido foi extraído de uma entrevista que Lula concedeu à rádio T, do Paraná. Na ocasião, ele comentou o sistema eleitoral venezuelano, que difere do brasileiro por incluir o voto impresso além do eletrônico. Durante a entrevista, Lula destacou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela havia entregado as atas de votação ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), mas não divulgado publicamente o resultado detalhado da apuração.

Lula reforçou a importância da divulgação dessas informações não para questionar o uso das urnas eletrônicas, mas para garantir a credibilidade do processo eleitoral venezuelano. “O que nós queremos é que o Conselho Nacional diga publicamente quem ganhou as eleições, porque até agora ninguém disse quem ganhou”, afirmou. Ele também comentou que o presidente Nicolás Maduro “deve uma explicação à sociedade brasileira e ao mundo”.

O CNE anunciou a reeleição de Maduro em 29 de julho, mas sem apresentar boletins oficiais detalhando a contagem dos votos eletrônicos e impressos. Esse fato gerou protestos no país e o no exterior. A Suprema Corte venezuelana, que é subordinada a Maduro, instaurou um processo para verificar se os recibos físicos dos votos coincidem com os resultados digitais.

Diante disso, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República lamentou a divulgação de boatos falsos com fins políticos e reforçou que Lula continua a defender a segurança das urnas eletrônicas, como sempre fez em sua trajetória política.

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