O ex-ministro Sérgio Moro vai depor hoje, na sede da Polícia Federal em Curitiba, sobre as acusações feitas ao presidente Jair Bolsonaro quando anunciou sua saída do governo, no dia 24 de abril. Moro acusou o presidente de tentar interferir politicamente na Polícia Federal, pressionando para obter a remoção do delegado Maurcío Valeixo do posto diretor-geral do órgão.
A oitiva foi marcada após o Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira (30), ter dado um prazo máximo de 5 dias para que o ex-juiz fosse ouvido. Em entrevista à revista Veja, publicada ontem (1), Moro afirmou que “as provas serão apresentadas no momento oportuno, quando a Justiça solicitar”.
Não deixa de ser simbólico que o depoimento de Moro ocorra em uma sala da PF localizada na cidade onde conduziu os julgamentos da Operação Lava-Jato. Antes, nos tempos da Força-Tarefa, conversava com representantes da Polícia como magistrado – agora, vai falar com os agentes na condição de testemunha. Ainda assim, há também uma investigação sobre os crimes de calúnia e denunciação caluniosa – neste caso, o investigado é o próprio ex-ministro, que deve ser ouvido entre 11:00 e 14:00.