Brian Klaas expõe como o poder corrompe e o que pode se perder na cabeça de quem chega ao topo
Empresários e políticos que roubam e policiais que matam são resultados de sistemas mal projetados ou apenas gente má que estava ali, só esperando? E os tiranos? Em quais medidas foram criados pelo ambiente que os rodeio ou já nasceram assim? Quais os tipos de pessoas conquistam o poder e como isso muda suas mentes? Para responder essas questões e desvendar o que tanto atrai o ser humano ao poder o professor de política da University College London, Brian Klass (imagem), escreveu “Corruptíveis” (Editora Cultrix).
É uma leitura tão boa quanto conhecer o que motiva os piores assassinos seriais, desses que ganham seriados no streaming todos os meses. A diferença é que os caras estudados no livro muitas vezes são vistos como heróis – ou tiranos, claros – com ações que impactam a vida de milhões.
Colunista do The Washington Post, Klass apresenta um olhar revelador e provocativo baseado em mais de 500 entrevistas com presidentes, líderes religiosos, ditadores, CEOs, criminosos condenados, golpistas, torturadores e outros nem tanto que chegaram ao topo. Não foi uma tarefa agradável. “Corruptíveis” pretende responder a quatro perguntas que perturbam quem está do lado de baixo:
- As piores pessoas são as que chegam ao poder?
- O poder torna as pessoas piores?
- Por que no s deixamos controlar por quem sabidamente não têm qualidades para estar no comando?
- É possível garantir que gente honesta cheguem ao topo?
Em uma semana de eleições, daria para entender melhor quem está na disputa? Até pode ser. Mas o trabalho também fala dos demais, as pessoas normais, os que acabam simpatizando com gente narcisista e inescrupulosa desavisadamente. Se valendo de ferramentas da psicologia comportamental, Klass mostra como:
- A fisionomia determina quem escolhemos como líderes;
- Os narcisistas ganham mais dinheiro por uma única razão fundamental. Eles só se preocupam com seus objetivos;
- Algumas pessoas não querem absolutamente poder algum, mas outras são atraídas por um impulso psicopático;
- O “beta” (segundo no comando) pode realmente ser a posição ideal para a saúde e bem-estar. Basta ter estômago para usufruir de tais benesses;
- Todo mundo conhece alguém assim.