A abstenção na eleição presidencial deste ano pode superar pela primeira vez desde a redemocratização, o número de votos do candidato mais votado. Pelo histórico, o número de pessoas que deixam de votar cresce desde 2002. Em 2014, os faltosos passaram de 30 milhões – 21,1% do eleitorado. Para efeito de comparação, na mais recente pesquisa Datafolha, o presidenciável mais bem posicionado, nos cenários sem o ex-presidente Lula, aparece com até 17% das intenções de voto.
Nos últimos quatro anos, com o avanço da Operação Lava Jato e a descoberta de outros esquemas de corrupção que atingiram praticamente todos os partidos, a desilusão da população com a política só aumentou. O cenário abre espaço para figuras radicais, que se apresentam como “salvadores da pátria”. Nesse contexto de falta de entusiasmo do eleitor médio, somado com um grande número de candidatos pode favorecer colocar um desses radicais no Palácio do Planalto a partir de 2019.