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EUA aumentam tarifas sobre China para 104% após retaliação

Pequim promete “lutar até o fim” e acusa Washington de protecionismo; tensão cresce entre as duas maiores economias do mundo

A Casa Branca confirmou nesta terça-feira (8) que os Estados Unidos aplicarão uma tarifa total de 104% sobre produtos importados da China, com efeito a partir desta quarta-feira (9). A medida foi oficializada pela secretária de imprensa Karoline Leavitt em entrevista à Fox News e marca uma nova escalada nas tensões comerciais entre Washington e Pequim.

A nova sobretaxa de 50% soma-se às tarifas de 20%, impostas em março, e de 34%, anunciadas na última semana, resultando em uma taxação acumulada de 104%. A decisão foi tomada após o governo chinês manter tarifas retaliatórias contra os EUA, contrariando a exigência do presidente Donald Trump para que fossem retiradas até o meio-dia desta terça-feira.

Mais cedo, Trump havia afirmado que aguardava uma ligação de Pequim para negociar um possível acordo que evitasse a escalada do conflito. “A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu o presidente nas redes sociais.

No entanto, em vez de ceder, o governo chinês reagiu com firmeza. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Lin Jian, declarou que a China está pronta para “lutar até o fim” e voltou a acusar os Estados Unidos de adotarem políticas unilaterais e protecionistas. Segundo ele, as ações americanas prejudicam a estabilidade da cadeia de suprimentos global e comprometem a recuperação econômica internacional.

Como resposta, o Ministério das Finanças da China anunciou que, a partir de quinta-feira (10), todas as mercadorias americanas passarão a ser alvo de tarifas adicionais de 34%. Além disso, o Ministério do Comércio revelou uma nova rodada de restrições à exportação de metais críticos — como samário, gadolínio, térbio, disprósio, lutécio, escândio e ítrio — usados em tecnologias avançadas, com efeito imediato.

Pequim também adicionou onze empresas dos EUA à sua lista de “entidades não confiáveis”, o que poderá resultar em sanções comerciais, como a limitação de transações com empresas chinesas.

Em busca de contenção, autoridades chinesas se reuniram no fim de semana com executivos de cerca de 20 empresas americanas, incluindo representantes da Tesla e da GE Healthcare. Durante o encontro, o vice-ministro do Comércio, Ling Ji, criticou as tarifas impostas por Washington e afirmou que “a raiz do problema está nos Estados Unidos”.

“Esperamos que as empresas americanas ajam com responsabilidade e contribuam para a estabilidade da cadeia de suprimentos global”, disse Ling.

Ainda não há definição sobre um possível encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping para negociar uma saída diplomática. Quando questionado sobre essa possibilidade, o porta-voz chinês limitou-se a dizer que “o tema deve ser tratado por outros departamentos” e reafirmou: “Pressões e ameaças não são o caminho certo para lidar com a China. Defenderemos firmemente nossos direitos e interesses legítimos”.

Mercado em alerta

A intensificação do conflito comercial provocou forte instabilidade nos mercados globais. Investidores temem os impactos de uma guerra tarifária prolongada sobre o comércio internacional, cadeias produtivas e o crescimento econômico global. O Ibovespa, assim como outras bolsas mundiais, tenta recuperação após dias de volatilidade.


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