A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos colocou para ser votado novamente, com algumas modificações, um projeto de lei bipartidário que busca proibir as importações de produtos da região chinesa de Xinjiang, no extremo noroeste do país. O governo chinês é acusado de exploração do trabalho e abuso dos direitos humanos da população uigur, uma minoria étnica de fé muçulmana sunita.
O projeto autoriza a aplicação de sanções econômicas pelo presidente dos EUA contra qualquer pessoa responsável pelo tráfico de mão de obra uigur ou qualquer outro muçulmano da região – que é grande produtora de algodão. Para garantir a transparência, Washington D.C. exigirá informações financeiras das empresas americanas que atuam ou mantêm relações com clientes em Xinjiang.
“Assistimos com horror quando o governo chinês primeiro criou e depois expandiu um sistema de campos de internamento em massa extrajudiciais visando uigures e minorias muçulmanas”, explicou o democrata Jim McGovern ao reintroduzir o projeto. McGovern afirmou que a economia de Xinjiang foi “construída sobre uma base de trabalho forçado e repressão”.
Em 2018, um painel da Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou ter recebido relatórios confiáveis de que pelo menos 1 milhão de muçulmanos foram levados aos campos de Xinjiang. A China nega os abusos e explica que os locais oferecem treinamento vocacional e são necessários para combater o extremismo islâmico, justificados pelos atentados no Ocidente.
A região assiste uma intensa migração de chineses da etnia han, que representa mais de 90% da população do país e são 41% em Xinjiang. O objetivo seria diluir a influência uigur, que somam 45% da população de 22 milhões de habitantes.