Beximco Pharmaceuticals anunciou que vai colocar no mercado uma versão genérica do remdesivir, antiviral empregado de modo experimental no tratamento da covid-19. A autorização para uso do medicamento veio da agência sanitária americana (FDA) e só é válida para casos emergenciais, dada a falta de uma alternativa comprovada de cura ou vacina.
A empresa de Bangladesh afirma ser a primeira do mundo a produzir e a lançar uma versão genérica do remdesivir. As ações da companhia registravam alta na bolsa de Londres.
Só pacientes hospitalizados podem receber o medicamento – tanto o original quanto o genérico. A criadora do remdesivir, a farmacêutica Gilead, ainda avalia seu produto e só deve publicar estudos mais conclusivos no final de maio. O medicamento foi criado em 2015 para tratar ebola. Considerado um fracasso, segue em testes também contra malária e influenza. O remdesivir deve ser autorizado nos próximos dias pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
E dado como certo que o antiviral encurta a recuperação. Testes com 1.036 pacientes de covid-19 apontaram que 31% deles ficaram menos tempo internados. A média de dias em UTIs ou leitos de atenção crítica caiu de 14 para 11 dias. É um dado otimista, pois indica uma possibilidade de mais leitos ficarem disponíveis nos hospitais, aliviando os sistemas de saúde pública.
Na semana passada, a Gilead fez um acordo com outros fabricantes – incluindo a Beximco -, permitindo a fabricação e a distribuição do antiviral em 127 países -, enquanto a pandemia estiver em curso pelos critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na América do Sul, só Guiana e Suriname foram contempladas.