O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) convocou uma reunião com os representantes do Judiciário e do Legislativo para acalmar os ânimos após um ano de embates infrutíferos sobre o combate à pandemia, que se agrava sem controle no Brasil, mas está em queda em países que lidaram com o desafio de forma coordenada e racional.
Após o encontro na manhã desta quarta-feira (24), no Palácio do Planalto, Bolsonaro foi ameno: “Nossa união é pela resolução do conflito. Não podemos politizar”, afirmou o presidente, que perde popularidade. O foco deveria ser a vacinação, abertura de leitos e controle das contaminações, porém o presidente indicou que manterá a política de tratamento precoce, que já se provou ineficiente pela comunidade cientifica internacional.
O diálogo é tardio. Só no 13º mês o governo federal anunciou a criação de um comitê de crise para conduzir ações conjuntas. A coordenação será do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). “Fiquei com a função de ouvir os governadores e levar ao comitê a demanda dos estados”, comentou.
Ao lado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Pacheco afirmou que um pacto nacional com o presidente permitirá ao Ministério da Saúde retomar a liderança técnica do combate à pandemia. “Os Poderes devem ser independentes e harmônicos, imbuídos do propósito de colaboração nacional”, afirmou o presidente do Senado. Arthur Lira reiterou: “Temos que despolitizar a pandemia, desarmar os espíritos”.
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, explicou que a Corte não interfere nas ações, mas avaliará as estratégias adotadas. Em nome dos governadores, Ronaldo Caiado (DEM-GO) declarou que as propostas apresentadas pelo presidente do Senado foram acolhidos por Bolsonaro sem problemas.