Demorou um pouco, mas os ataques de integrantes do governo federal e de seus aliados aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) receberam uma resposta. Na abertura da sessão desta quarta-feira (27), o ministro Luiz Fux – que substitui o presidente da casa, ministro Dias Toffoli – afirmou que atacar a mais alta corte do país é “ofender a democracia”.

A declaração veio na esteira da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, quando o ministro da Educação Abrahm Weintraub afirmou: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”. A resposta ocorreu horas depois do início de uma ação da Polícia Federal (PF) contra divulgadores de notícias falas e discursos de ódio que apoiam o presidente Jair Bolsonaro. As investigações da CPI das Fake News foram autorizadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Fux também fez uma defesa da atuação do colega e decano, ministro Celso de Mello, relator das investigações sobre a denúncia da suposta tentativa de interferência do presidente no comando da PF para proteger interesses pessoais e aliados. O ministro afirmou: “Onde houver hostilidade, construa-se respeito”. E que a corte e seus integrantes estarão vigilantes contra “qualquer forma de agressão”.

Também foi uma resposta ao ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Heleno, que na sexta-feira (22) lançou um comunicado “à nação brasileira” alertando sobre as consequências imprevisíveis da divulgação do vídeo da reunião, em uma clara ameaça ao trabalho do STF. Tanto que no ministro da Educação foi convocado a prestar esclarecimentos à PF sobre suas declarações.