Indicado por Lula, ele irá assumir a presidência do Banco Central em 2025 para um mandato de cinco anos
O economista Gabriel Galípolo, de 42 anos, foi aprovado para a presidência do Banco Central (BC), na tarde desta terça-feira (8), pelo Plenário do Senado, com 66 votos a favor e 5 contrários. Foi o melhor resultado em 22 anos. Mais cedo, ele havia passado por unanimidade pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Câmara Alta. Foram 26 votos favoráveis e nenhum contrário.
Galípolo irá substituir Roberto Campos Neto a partir de 2025, cujo mandato se encerra no dia 31 de dezembro de 2024. Ele terá um mandato de cinco anos. O economista é atualmente o diretor de Política Monetária do BC e foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o novo cargo.
Sabatina tranquila
Durante a sabatina na CAE, Galípolo enfrentou poucas adversidades. Mesmo senadores da oposição abordaram o economista com perguntas moderadas. Ele reafirmou seu compromisso com a independência do Banco Central e destacou que não sofreu pressões políticas por parte do presidente Lula. Além disso, o economista afirmou ter boas relações tanto com Lula quanto com o atual presidente do BC, Campos Neto.
Galípolo também deixou claro que sua gestão será pautada pela busca pela estabilidade econômica e pela meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele ressaltou que o Banco Central não deve se desviar dos objetivos traçados pelas autoridades democraticamente eleitas.
Desafios econômicos e expectativas
Entre os desafios mencionados por Galípolo está a necessidade de conter a inflação e evitar uma desancoragem nas expectativas do mercado. Ele destacou que o cenário econômico exige cautela e que o processo de desinflação poderá ser mais lento e custoso. “Devemos ser conservadores para garantir que a taxa de juros esteja em um nível necessário para alcançar a meta de inflação”, afirmou durante a sessão.
Galípolo também expressou preocupações sobre o impacto das variações cambiais e do crescimento econômico sobre a inflação, mas reforçou que a autoridade monetária seguirá atenta para ajustar suas políticas conforme necessário.
Trajetória de Galípolo
Formado em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Gabriel Galípolo tem uma extensa carreira na administração pública e no setor privado. Antes de sua indicação para o Banco Central, foi secretário-executivo do Ministério da Fazenda sob a gestão de Fernando Haddad. Também já atuou como presidente do banco Fator e liderou estudos para a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
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