Diplomatas acreditam que a trégua de quatro dias podem ajudar na liberação de dos próximos 86 repatriáveis e seus familiares palestinos que querem deixar a área do conflito
Um cessar-fogo temporário entre as forças israelenses e do Hamas foi estabelecido na Faixa de Gaza nesta sexta-feira (24), a primeira pausa em 48 dias de conflito que devastou o enclave palestino, mas ambos os lados advertiram que a guerra está longe de terminar. Não foram registrados grandes bombardeios, ataques de artilharia ou ataques com foguetes, embora o Hamas e Israel tenham se acusado mutuamente de violações esporádicas.
O cessar-fogo, que começou às 7h (2h em Brasília), envolve a libertação, ainda nesta sexta-feira, de 13 mulheres, crianças e adolescentes israelenses mantidos como reféns pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos mantidos em prisões israelenses. Ajuda adicional deve fluir para Gaza, que foi atingida por uma crise humanitária durante semanas de bombardeios israelenses que mataram milhares de palestinos.
Jornalistas observaram tanques israelenses se afastando da Faixa de Gaza no extremo norte, e caminhões de ajuda chegando do Egito no extremo sul. Não havia som de atividade da força aérea israelense sobre o norte de Gaza, nem dos rastros normalmente deixados pelos disparos de foguetes palestinos. Na cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, que abriga milhares de famílias deslocadas do norte, as ruas estavam cheias de pessoas que se aventuravam a sair de casa e dos abrigos.
Diplomatas das embaixadas do Brasil na Palestina e no Egito e fontes do Itamaraty acreditam que a trégua de quatro dias nos ataques envolvendo Israel e o grupo extremista Hamas podem ajudar na celeridade para a liberação da segunda lista de brasileiros e familiares palestinos que querem deixar a Faixa de Gaza. O Ministério das Relações Exteriores trabalha com 86 nomes que podem deixar região nos próximos dias. A operação depende da negociação com as autoridades locais e outros países envolvidos no confronto no Oriente Médio.
O Hamas confirmou que todas as hostilidades de suas forças cessariam. Mas Abu Ubaida, porta-voz do braço armado do Hamas, enfatizou posteriormente que se tratava de uma “trégua temporária”. Em uma mensagem de vídeo, ele pediu uma “escalada do confronto (com Israel) em todas as frentes de resistência”, incluindo a Cisjordânia ocupada por Israel. Os militares israelenses também disseram que os combates seriam retomados em breve.
Israel lançou seu ataque a Gaza depois que combatentes do Hamas passaram pela cerca da fronteira com o sul de Israel em 7 de outubro, matado 1.200 pessoas e capturando cerca de 240 reféns, de acordo com dados israelenses. Desde então, Israel tem lançado bombas sobre o enclave governado pelo Hamas, matando aproximadamente 14 mil habitantes de Gaza, cerca de 40% deles crianças, segundo autoridades de saúde palestinas.
Centenas de milhares dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza fugiram de suas casas para escapar da violência, à medida que as condições se tornavam cada vez mais desesperadoras, com escassez de alimentos, água potável, combustível e outros suprimentos básicos.
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