O ministro Celso de Mello, decano do STF, criticou as declarações do comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, ao iniciar seu voto no julgamento do habeas corpus do ex-presidente de Lula. Celso de Mello afirmou que o respeito “indeclinável à Constituição e às leis da República representam limite inultrapassável ao que se devem submeter os agentes do Estado”. “Alguns pronunciamentos manifestados no dia de ontem [terça], especialmente declarações impregnadas de insólito conteúdo admonitório claramente infringentes do princípio da separação de poderes impõe que se façam breves considerações a respeito desse fato, até mesmo em função da altíssima fonte de que emanaram”, disse o decano. Para defender o comandante do Exército, o general Paulo Chagas usou sua conta no Twitter para rebater o posicionamento do ministro do STF. “Celso de Mello considera que os militares são cidadãos de segunda classe, com obrigação de votar, mas sem direito à opinião ou de alertar a sociedade para os perigos que passa a correr quando o Poder Judiciário prioriza a política em detrimento do cumprimento da Lei”, escreveu.
Celso de Mello considera que os militares são cidadãos de segunda classe, com obrigação de votar, mas sem direito à opinião ou de alertar a sociedade para os perigos que passa a correr quando o Poder Judiciário prioriza a política em detrimento do cumprimento da Lei.
— General Paulo Chagas (@GenPauloChagas) April 5, 2018