Há suspeitas que o ex-ministro do GSI teria conhecimento do esquema ilegal. Ele nega
No final desta tarde desta terça-feira (30), a Polícia Federal (PF) anunciou que o ex-ministro e general da reserva Augusto Heleno foi convocado a depor sobre o esquema de espionagem ilegal praticado na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra personalidades política e jurídicas em benefício do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus filhos. Responsável pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência durante a gestão Bolsonaro (2019-2022), o militar aposentado deve ser ouvido na próxima terça (6).
Como à época a Abin estava sob o responsabilidade funcional do GSI, há dúvidas se o esquema de monitoramento eletrônico seria possível sem que Heleno tivesse algum conhecimento. A PF suspeita que ele saberia do esquema e até seria um de seus entusiastas. A ilegalidade foi operada pelo ex-diretor-geral da agência, Alexandre Ramagem, um ex-delegado da PF próximo de Bolsonaro eleito deputado federal (PL-RJ) em 2022. Ramagem contou com apoio de um pequeno grupo de servidores e policiais federais já denunciados e afastados.
Há suspeitas que o esquema continuou em operação mesmo após a saída de Ramagem do governo. O destinatário dos informes produzidos seria o vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), encarregado das campanhas digitais do pai e coordenador do gabinete do ódio, grupo que divulgava fake news e ataques aos oponentes políticos do bolsonarismo.
Antes de ser convocado Heleno já havia negado qualquer participação e conhecimento do esquema criminoso.
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