Crime teria ocorrido quando Paulo Dantas (MDB) era deputado estadual. Apoiado por Lula, ele disputa o segundo turno contra o candidato de Arthur Lira (PP)
Alvo de uma operação da Polícia Federal (PF), o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), foi afastado do cargo por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O pedido foi feito pela PF, que conduz uma operação no estado na manhã desta terça-feira (11). São cumpridos 31 mandados de busca e apreensão, incluindo locais na Assembleia legislativa, na sede do governo, em Maceió, nos endereços de Dantas e de parentes.
Dantas é suspeito em um caso do uso de funcionários fantasmas em seu gabinete quando era deputado estadual. Há suspeita de desvios que somariam R$ 54 milhões. Ele está no segundo turno da eleição para governador de Alagoas, recebendo 46,64% dos votos válidos, enquanto seu adversário, Rodrigo Cunha (União) obteve 26,74%. O atual governador alagoano agora afastado assumiu o cargo em maio, quando o Renan Filho (MDB) foi disputar o Senado. O afastamento tem prazo de 180 dias. A decisão é da ministra do STJ Laurita Vaz.
Batizada de Edema a operação da PF apura movimentações ocorridas desde 2019. Os principais beneficiários do esquema seriam o governador e sua esposa, a prefeita de Batalha, Marina Thereza Dantas (MDB). A irmã de Paulo Dantas também é investigada. Os recursos teriam sido usados para pagar despesas pessoais e honorários de advogados e aquisição de bens. Os detalhes não foram informados.
Apoiado Lula na disputa estadual, o afastamento de Dantas deve virar munição na troca de acusações entre os candidatos presidenciais. O suspeito é apoiado pelo ex-presidente Lula e pelo grupo de Renan Calheiros, tendo como adversário o grupo do atual presidente da Arthur Lira (PP), que está ao lado de Rodrigo Cunha.
O atual governador não estava na linha de sucessão no governo, só virando governador por uma sucessão de desistências. Antes do governador Renan Filho tentar o Senado, seu vice Luciano Barbosa deixou o cargo nas eleições de 2020 para assumir a Prefeitura de Arapiraca. O próximo na fila sucessória seria o presidente da assembleia legislativa, Marcelo Victor (MDB), que preferiu concorrer à reeleição, convocando eleições indiretas.