Nos primeiros seis meses de 2022, foram registradas mais de 700 denúncias desses tipos em ouvidorias, o equivalente a quatro por dia
O governo federal teve, este ano, em média uma denúncia de assédio sexual por dia. Já no ano passado, o aumento dos casos em relação a 2020 foi de 65,1%, um volume recorde de 251 denúncias. Os dados são da Controladoria Geral da União. A informação foi antecipada pelo jornal O Globo.
Entre 1º de janeiro e a última quarta-feira (29), foram registradas 704 denúncias desses tipos Isso equivale a cerca de quatro queixas por dia. Desse total, 545 tratam de assédio moral e 85 de assédio sexual. A quantidade de casos em 2022 é 93% maior em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram computadas 364 denúncias. Jamais houve tantas queixas como agora, segundo a série histórica da CGU, iniciada em 2015.
Somente no governo de Jair Bolsonaro (PL) – ou seja, desde 1º de janeiro de 2019 –, há registro, até agora, de 2,7 mil manifestações de assédio sexual ou moral. Dessas, 2,3 mil foram respondidas, 106 estão em tratamento e 250 restaram arquivadas. Apenas duas foram encaminhadas para órgão externo.
Nesse período, o Ministério da Economia lidera a lista de denúncias recebidas, com 260 manifestações. Em seguida, aparecem no ranking a própria CGU (105), o Ministério da Educação (103), a Universidade Federal de Goiás (81), o Ministério da Justiça e Segurança Pública (65) e o Ministério da Saúde (62).
O caso mais recente refere-se ao ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães (na imagem, com o presidente), que é acusado de cometer assédio sexual e moral contra funcionárias. O caso é investigado pelo Ministério Público Federal. Ele deixou o cargo esta semana após após as denúncias virem à tona.