Exonerações ocorrem em um momento de tensão entre o presidente e as Forças Armadas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou uma segunda onda de exonerações de militares que atuavam na coordenação de defesa presidencial no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), responsável pela proteção do presidente e assessoramento em questões militares e de inteligência.
A atuação do GSI foi uma das mais questionadas após os atos golpistas de 8 de janeiro.
Em entrevista à Globonews – a primeira desde que tomou posse como presidente — Lula apontou erros dos serviços de inteligência — além do GSI, citou também a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e as Forças Armadas por não terem o terem alertado sobre a possibilidade de ataques e depredações.
“Nós temos inteligência do GSI, da Abin, do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, ou seja, a verdade é que nenhuma dessas inteligências serviu para avisar ao presidente da República que poderia ter acontecido isso. Se eu soubesse na sexta-feira que viriam 8 mil pessoas aqui, eu não teria saído de Brasília. Eu saí porque estava tudo tranquilo”, disse Lula.
O presidente apontou que ficou sabendo que os atos estavam sendo convocados pelas redes sociais, mas que viajou para São Paulo na sexta-feira antes das invasões (6), quando foi informado que havia somente 150 pessoas no acampamento de bolsonaristas montado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília. Também disse que a informação nesse dia era de “que não iriam permitir que entrasse mais ônibus”, e que não seria permitida a aglomeração de pessoas.
Na terça, Lula já havia dispensado dezenas de militares ligados à Presidência e que desempenhavam funções administrativas. As dispensas ocorrem em um momento de tensão entre o presidente recém-empossado e as Forças Armadas, com militares sendo acusados de conivência nos atos golpistas.
O que MONEY REPORT publicou: