O Ministério da Saúde confirmou nesta quarta-feira (5) a inclusão de crianças de 5 a 11 anos no Plano de Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19. Porém, a inoculação não será obrigatória. Além disso, a prescrição médica não será cobrada, como antes sugerido pelo titular da pasta, Marcelo Queiroga, mas será recomendada – o que não quer dizer nada. A campanha está prevista para começar já em janeiro.
A mudança de discurso ocorre na esteira do resultado da consulta pública de quase 20 mil participantes, divulgada na terça-feira (4), onde ficou demonstrado por amostragem que a população é contra a exigência da prescrição médica diante do avanço da variante ômicron. O governo estima que 20 milhões serão contempladas (exigindo 40 milhões de doses). A vacinação ocorrerá em ordem decrescente de idade (prioridade para aqueles que possuem comorbidades ou deficiências permanentes) e será utilizado o imunizante da Pfizer (versão com doses pediátricas), autorizado de forma emergencial para a faixa etária pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O intervalo entre as doses será de 8 semanas e as doses serão um terço das ministradas em adultos.
A secretária da covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite Melo, explicou que o público infantil difere do adulto, devido peculiaridades e fragilidades. Há uma preocupação da pasta sobre a aplicação na ponta, por haver um temor de erros na dosagem, podendo acarretar efeitos colaterais. “É imprescindível [tom acima do texto do ministério] que os pais consultem um médico antes da vacinação, mesmo que os efeitos adversos sejam raros [miocardite], ocorrem. Precisamos zelar pelo bem estar das crianças”, explicou Melo.
Vale destacar que a vacinação infantil já ocorre em 39 países: Austrália, Alemanha, Áustria, Bahrein, Bélgica, Chile, China, Chipre, Colômbia, Croácia, Cuba, Dinamarca, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Eslováquia, Espanha, Equador, Estados Unidos, Estônia, Filipinas, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Indonésia, Irlanda, Israel, Itália, Letônia, Lituânia, Malta, Nova Zelândia, Portugal, Reino Unido, República Tcheca, Suécia, Singapura e Tailândia.
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Ficha informativa sobre a vacina da Pfizer