MONEY REPORT escolheu como Imagem da Semana a série de memes que contramemes (?) que inundaram as redes socais nesta semana fazendo piadas seriais com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), na figura de um cobrador implacável de impostos. O apelido Taxad ganhou destaque com paródias de superproduções cinematográficas. Com todo o jeito de campanha, dada a padronização das postagens, a novidade da crítica em tempos de toxidade política foi o bom-humor.

Entre os memes, destacaram-se vilões, anti-heróis e super-heróis como Zé do Taxão, MadTax, Rombocop e Taxa Humana, todos com o rosto do ministro mais importante do governo inserido em cartazes de cinema. A crítica foi exibida até nos telões da Times Square, em Nova York.

A campanha foi lançada após a aprovação da regulamentação da reforma tributária, que inclui o Imposto Seletivo sobre produtos como cigarros, bebidas alcoólicas, bebidas açucaradas, e veículos poluentes, reoneração da folha de pagamento e majoração das alíquotas do setor de serviços, o que mais emprega no país. As medidas enfrentam oposição de empresários e políticos.

Reação do governo

Apesar da avalanche de memes, o governo e o Partido dos Trabalhadores (PT) tentaram minimizar o impacto das piadas. Jilmar Tatto, secretário de comunicação do partido, afirmou à Folha de S.Paulo que a ação não terá efeito duradouro. “Não vai pegar,” disse Tatto, garantindo que o ministro será reconhecido por suas medidas de desoneração.

Fernando Haddad, por sua vez, demonstrou preocupação com o potencial impacto na economia. Em reunião com empresários no Palácio do Planalto, ele destacou a necessidade de ação rápida. Haveria risco de a campanha atingir diretamente a popularidade do presidente Lula.

Pelo X (antigo Twitter), o Ministério da Fazenda respondeu mais memes, só que em defesa da reforma tributária. O material baseado nos longas de animação Divertida Mente já estava pronto desde a semana passada, o que levanta questionamentos se o governo não teria alguma informação sobre o que enfrentaria.