Um vídeo falso envolvendo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem circulado nas redes sociais, alimentando desinformação com o uso de inteligência artificial. O material distorce declarações do ministro, apresentando-o como defensor de um suposto plano governamental para “taxar tudo”, incluindo medidas absurdas como um “imposto do cachorrinho de estimação” e um “imposto pré-natal” para gestantes.
A manipulação foi feita com ferramentas de inteligência artificial generativa, que alteraram a movimentação labial, o timbre de voz e os cortes do vídeo, características que evidenciam sua falsidade. Especialistas alertam que essas tecnologias, embora inovadoras, têm sido cada vez mais usadas para espalhar fake news, gerando graves impactos na esfera pública.
Diante da situação, a Advocacia-Geral da União (AGU) notificou extrajudicialmente o Facebook, exigindo a remoção do conteúdo em até 24 horas. Segundo a AGU, o vídeo não apenas viola as regras da plataforma, que proíbem o uso para finalidades ilegais, mas também pode interferir no debate político de forma enganosa. Caso a remoção não seja efetuada, a AGU solicita que o vídeo seja marcado com alertas claros indicando que foi manipulado.
Efeito das fake news na democracia
O uso de deepfakes e outros recursos de inteligência artificial para criar vídeos falsos tem gerado preocupação crescente entre autoridades e especialistas. Esses conteúdos prejudicam a confiança nas instituições, desinformam a população e podem influenciar negativamente processos políticos e decisões públicas.
A AGU destacou que a disseminação do vídeo de Haddad busca confundir o público sobre as posições reais do ministro, afetando discussões de interesse nacional. Em nota, a instituição reforçou a importância de combater a desinformação, especialmente quando ela utiliza ferramentas sofisticadas para falsificar discursos de autoridades.