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Home Security alertou e polícia desbarata rede neonazi brasileira

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e as polícias civis de sete estados começaram a desarticular grupos nazifascistas brasileiros que agem pelas redes sociais. As investigações que desencadearam a Operação Bergon, nesta quinta-feira (16), duraram sete meses e surgiram após um alerta do Cyber Lab e da Homeland Security Investigations (HSI), órgãos de vigilância e monitoramento do governo dos EUA.

A atuação de entidades americanas indica que brasileiros atuam em escala internacional, mediante intercâmbios com outros grupos radicais de extrema direita. Eles fazem apologia às teorias nazistas, praticam e propagam racismo e discurso de ódio. Há registro de tentativas de compra ilegal de armas. Adolescentes também estariam envolvidos.

Em Suzano, a polícia encontrou uma besta, mesma arma usada no massacre da escola Raul Brasil

De acordo com o MP-RJ, os investigados se autodeclaram nazistas e ultranacionalistas. Eles publicam em redes sociais e aplicativos de mensagens fotografias, ilustrações e textos de cunho racista, homofóbico e antissemita, comentando abertamente sobre práticas violentas contra essas populações.

Quatro pessoas foram detidas. Com um jovem de Suzano, de 19 anos, foram encontradas uma besta, dardos, facas e facões. As mesmas armas usadas no ataque à escola Raul Brasil, que fez 10 vítimas fatais em 13 de março de 2019 – incluindo os perpetradores. Um dos assassinos era simpatizante nazista. Desde o massacre, autoridades da cidade monitoram simpatizantes dos agressores. O rapaz é suspeito de possuir ligações com os contatos dos assassinos.

Além dos mandados de prisão, foram cumpridos outros 30 de busca e apreensão no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. As autoridades recolheram dispositivos eletrônicos, armas e livros usados como material de propaganda.

As informações do Cyber Lab e da HSI levaram à prisão, em maio, de um homem que distribuía material nazista para adolescentes. A partir de seu computadores, smartphone e videogames em rede foi possível chegar aos demais.

O nome da operação faz referência à freira francesa Denise Bergon, que desafiou nazistas ao abrigar e salvar a vida de dezenas de crianças judias durante a Segunda Guerra.

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