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IBGE: trabalho infantil cai 14,6% no Brasil

1,6 milhão de crianças ainda estão em situação de vulnerabilidade

Em 2023, o Brasil registrou 1,607 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos em situação de trabalho infantil, uma redução de 14,6% em relação ao ano anterior. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

Este é o menor número desde o início da série histórica, em 2016, quando o país contabilizava 2,112 milhões de jovens em condições de trabalho infantil. A redução no trabalho infantil já era observada entre 2019 e 2021, mas foi interrompida em 2022, quando o índice subiu 4,9%. No entanto, a recente diminuição de 2023 representa um avanço significativo.

Distribuição regional e perfil demográfico

A maior concentração de trabalho infantil ocorre nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, com 506 mil crianças e adolescentes afetados no Nordeste e uma taxa de 6,9% na região Norte. Além disso, 20,6% das crianças em situação de trabalho infantil estão engajadas em atividades econômicas por 40 horas ou mais por semana.

Embora 88,4% das crianças em trabalho infantil frequentem a escola, esse número é inferior aos 97,5% da população total na faixa etária. A pesquisa também revelou que 65,2% das crianças e adolescentes em trabalho infantil são pretas ou pardas.

Divulgação/IBGE



Setores de atuação e rendimento

Os dados indicam que o trabalho infantil é mais prevalente em setores específicos da economia. Os principais setores incluem:

  • Comércio e reparação de veículos: 26,7%
  • Agricultura, pecuária e pesca: 21,6%
  • Alojamento e alimentação: 12,6%
  • Indústria: 11%
  • Serviços domésticos: 6,5%

O estudo também destacou que, entre os adolescentes de 16 e 17 anos em situação de trabalho informal, foram estimados 751 mil, resultando em uma taxa de informalidade de 73,4%. O rendimento médio mensal de crianças e adolescentes em trabalho infantil foi de R$ 771, sendo que os meninos receberam, em média, R$ 815 e as meninas, R$ 695.

Afazeres domésticos

Na população estimada de 38,3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em 2023, 52,6% (20,1 milhões) realizavam afazeres domésticos e/ou cuidados com pessoas. Entre aqueles que desempenhavam atividades econômicas, 75,5% também realizavam essas tarefas, enquanto 51,7% das crianças que não trabalhavam também estavam envolvidas em afazeres domésticos.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que o trabalho infantil pode causar danos à saúde e ao desenvolvimento dos jovens, interferindo em sua escolarização e em seu futuro. O cenário atual, embora apresente uma queda no número de crianças afetadas, ainda demanda atenção e esforços contínuos para erradicar essa prática no Brasil.

Divulgação/IBGE

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