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Ilan Goldfajn vê como arriscada ideia de emitir moeda para enfrentar crise

Em artigo publicado nesta terça-feira (5) no jornal Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfajn, atual presidente do Conselho do Credit Suisse no Brasil, avaliou a possibilidade de o país imprimir mais dinheiro para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus. Destacando a situação fiscal brasileira e o cenário de juros baixos, Ilan alertou para o risco de “saídas ilusórias para o problema de falta de recursos”. A avaliação do ex-chefe do BC é que a emissão monetária pode trazer efeitos contrários: pressionar os detentores da nossa dívida a remeter recursos para outros países. Na prática, o dinheiro não chegaria aos mais afetados pela pandemia. “O mais dramático seria perdermos a âncora monetária. Neste caso, o experimento mal sucedido na crise pode levar a uma fuga da poupança nacional, perda de anos de credibilidade na moeda”, afirmou. “Falar em emitir moeda como uma solução sem custos me parece um voluntarismo perigoso e desnecessário”, acrescentou. “Não escapamos de focar e fazer escolhas na distribuição de recursos, nos gastos do governo. Para mim isso significa concentrar no que é realmente necessário: proteger as vidas, as pessoas mais vulneráveis, os informais e autônomos, os empregos, e as pequenas e medias empresas”, completou.

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