Considerado o personagem que simbolizou a invasão ao Capitólio por causa de sua apresentação inusual, o radical trumpista Jake Angeli, de 32 anos, foi preso no final da tarde de sábado (9). Ele se apresentou voluntariamente às autoridades em Washington, afirmando que apenas seguiu um apelo do presidente Donald Trump, que discorda do resultado das eleições americanas e tentou impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden, a última etapa do processo eleitoral americano.
Antes, na quinta-feira (7), Angeli já havia ligado para um escritório do FBI, a polícia federal americana. Ele não possuiria ficha criminal até agora. Agora, será indiciado por entrar e permanecer intencionalmente em um edifício federal sem autoridade legal e de forma violenta, informou o Departamento de Justiça. Ele e outros serão processados pela procuradoria federal dos Estados Unidos no Distrito de Columbia (Washington DC), além de ser investigado pelo FBI, que suspeita de suas atividades.
Angeli, cujo nome de batismo é Jacob Anthony Chansley, se autodenomina QShaman, se considera um “patriota americano” e é adepto da teoria conspiratória QAnon, que defende a existência de um “estado profundo”, composto por políticos democratas e estrelas de Hollywood que controlam as principais instituições americanas e pregam a dissolução dos valores da família, a pedofilia, o comunismo e o “globalismo”. Ele reside no estado do Arizona.
Além de Chansley, também está preso na Flórida Adam Christian Johnson, que foi fotografado sorrindo enquanto carregava o púlpito da presidente da Câmara, Nancy Pelosi. Johnson transmitiu um vídeo ao vivo no Facebook enquanto caminhava pelos corredores do Capitólio, informou o jornal Tampa Bay Times. O vídeo foi removido do ar e sua conta encerrada.
O terceiro detido é Derrick Evans, representante legislativo republicano na Virgínia Ocidental (equivalente a um deputado estadual). Ele fez uma live no Facebook durante a invasão encorajando seus seguidores a fazer o mesmo.
Evans renunciou ao posto de parlamentar por meio de uma carta ao governador. Durante sua prisão, ocorrida sua residência, a avó Evans reagiu diante das câmaras de TV: “Obrigado, senhor Trump, por convocar uma invasão à Casa Branca”. Ela se referia ao possível novo passo dos radicais, que pelas redes sociais prometem aparecer na sede do executivo americano em 20 de janeiro, quando Joe Biden for empossado.
Richard Barnett, de 60 anos, morador de Arkansas, também está preso desde sexta-feira (9). Ele ficou famoso ao ser fotografo ocupando uma cadeira do gabinete da democrata Nancy Pelosi, que presidente da Câmara. Além das acusações inerentes à invasão, Barnett deve ser acusado de furto, já que aparelhos eletrônicos sumiram do gabinete.
Conhecido das autoridades, Nick Ochs teria sido preso em um aeroporto na quinta-feira (7), quando tentava ao Havaí, onde reside. Ele um dos fundadores do grupo neonazi Proud Boys Hawaii e publicou uma selfie enquanto fumava um cigarro dentro do Capitólio.
Lonnie Coffman, do Alabama, foi acusado de porte ilegal de armas. Dentro de sua caminhonete, estacionada perto do Congresso, foram encontrados onze coquetéis molotov. Ele seria o homem da imagem abaixo.
De acordo com as autoridades americanas, cerca de 90 pessoas já foram presas – apenas 26 durante o ataque. O FBI e o Departamento de Justiça fizeram um apelo à população para que denunciem e identifiquem os participantes da invasão do Capitólio, que terminou com cinco mortos, incluindo um agente de segurança.