O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), falou nesta terça-feira (18) da carta assinada por ele e outros 19 governadores reclamando da postura do presidente Jair Bolsonaro, entre outras situações, nas discussões em torno da cobrança do ICMS dos combustíveis. Em declarações recentes, Bolsonaro sugeriu que a alta nos preços do diesel e da gasolina seria culpa dos estados. O presidente propôs zerar os tributos federais que incidem sobre o produto se os governadores fizessem o mesmo com os encargos estaduais.
Antes de participar do evento CEO Conference Brasil 2020, realizado pelo BTG Pactual, Doria disse que, até o momento, os governadores não tinham sido chamados por Bolsonaro para tratar do tema e, por isso, decidiram convidar o presidente para uma reunião agendada para abril.
“Sem diálogo, o Brasil não vai respeitar a democracia nem o pacto federativo. Os governadores estão abertos para conversar com o presidente”, indicou o tucano. “Não queremos estabelecer confrontos e discutir vias redes sociais sobre quem tem razão. O Brasil precisa de entendimento para prosperar”, acrescentou.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), também falou do assunto. Leite reforçou o convite para Bolsonaro.
“O mais importante é que possamos sentar e conversar. O pacto federativo é muito mais que distribuição de recursos arrecadados. É compreender que não temos o poder concentrado na mão de ninguém. Está distribuído entre poderes e instâncias federativas”, observou.
Já o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), classificou como “preocupante” os conflitos criados por Bolsonaro.
“É preciso ter responsabilidade. O desafio dele foi feito em um momento em que todos estão sufocados, em meio a uma reforma tributária. Queremos ajudá-lo a fazer um bom governo. Só juntos é que vamos resolver os problemas do país”, completou.