A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) fez uma pausa para análise no julgamento da suspeição do ex-juiz Sergio Moro nos casos relacionados à Operação Lava-Jato. Os ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes (imagem) consideraram parcial a atuação do ex-juiz federal. O ministro Kassio Nunes Marques pediu vistas (uma análise mais detalhada) antes de apresentar seu voto.
A seguir, a ministra Cármem Lúcia afirmou preferir aguardar o posicionamento do colega antes de proferir o seu. Em 2018, ela votou contra a suspeição de Moro, assim como Edson Fachin. Com isso, a sessão foi suspensa empatada. Como Nunes Marques não disse quando votará, a retomada do julgamento segue sem data.
O julgamento é fruto de um habeas corpus apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O recurso, que pede a suspeição de Moro, foi pautado pelo ministro Gilmar Mendes, que preside a Segunda Turma, para a sessão da tarde desta terça-feira (9). A inclusão na pauta ocorreu um dia depois do ministro Edson Fachin ter anulado as condenações do ex-presidente Lula na Lava-Jato.
Antes da votação, o colegiado rejeitou o pedido de adiamento do relator, Fachin (na imagem, em primeiro plano). Votaram contra os ministros Gilmar Mendes, Nunes Marques, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowski. No recurso, a defesa de Lula cita a divulgação ilegal de grampos telefônicos, conduções coercitivas e descumprimento dos trâmites processuais.
Fachin argumentou que a defesa apresentou novos e robustos elementos, “com fatos graves”, que precisariam de mais tempo para ser analisados. Outro ponto considerou que, como relator, ele teria a prerrogativa de considerar o habeas corpus prejudicado, o que impediria o julgamento. “Esses dois motivos me levam a fazer a este colegiado a indicação de adiamento”, afirmou.