Um levantamento feito pelo Estadão revelou inconsistências no currículo apresentado pelo desembargador Kassio Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para suceder Celso de Mello no STF. Segundo a reportagem, Nunes mencionou ter concluído uma pós-graduação em “Contratación Pública” pela Universidad de La Coruña, na Espanha. A instituição, no entanto, informou que não oferece nenhuma pós-graduação deste curso. A universidade relatou que o desembargador participou apenas de um curso de cinco dias, entre 1 e 5 de setembro de 2014. O Palácio do Planalto minimizou o fato e apontou que a nomeação de Bolsonaro foi feita com base em articulação com o Centrão e outras forças políticas – levando em conta a atuação no Judiciário e não a formação acadêmica do futuro ministro. A avaliação é de que não há risco de o presidente mudar a escolha ou o nome de Marques sofrer um revés na sabatina do Senado, marcada para o próximo dia 21. Em conversa com parlamentares, o desembargador admitiu não ter feito a pós e atribuiu o erro a um problema na tradução.